Parábolas & Cinema #7: Resenha X-Men Apocalipse COM Spoilers
De maneira geral, o filme é bem estabelecido e tenta resolver alguns problemas de cronologia que vêm desde X-Men Primeira Classe, pois se passa em 1983, dez anos após o incidente com da tentativa de assassinato do presidente Nixon e do surgimento das indústrias Trask e dos Sentinelas no último filme. O próprio Apocalipse aparece um tanto quanto desconexo do contexto original do vilão tanto em sua origem, que mostra um ritual de transferência de corpo de um apocalipse fraco para um novo corpo. Ele é protegido pelos seus cavaleiros. Na versão original, é Kang, o Conquistador quem volta no tempo para encontrar o jovem En Sabah Nur com o objetivo de controlá-lo. Seu plano dá errado e ele quase não consegue escapar do Egito da primeira dinastia e voltar a seu presente. Este encontro deu a Apocalipse a tecnologia para incrementar seus poderes e dominar seu tempo.
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Kang, o Conquistador |
Na cronologia original, o despertar de En Sabah Nur, acontece cerca de 100 anos antes do retratado no filme, mais especificamente na Londres Vitoriana na mini série: As novas aventuras de Ciclope e Fenix, a Origem do Senhor Sinistro.
Apocalipse é representado no filme como um mutante com poderes supremos, mas que está desorientado pela falta de conhecimento da sociedade. Ao mesmo tempo em que é muito poderoso, acaba se tornando fraco por achar que não precisa de ninguém. Reúne os quatro cavaleiros para protegê-lo e busca a todo tempo um receptáculo para transferir sua essência a outro mutante que sacie sua sede por mais poder. Nos quadrinhos os quatro cavaleiros tem uma nomenclatura aos cavaleiros contidos na Bíblia (Morte, Peste, Fome e Guerra) já no filme isto não é explorado e os cavaleiros não possuem nenhuma preponderância, a não ser o Magneto que testa a extensão de seus poderes. Nos quadrinhos existem diversas formações dos cavaleiros, incluindo o próprio Hulk como Guerra!!!
O filme inicia com um Apocalipse idoso e enfraquecido sendo levado a uma pirâmide para o ritual de transferência que é interrompido por um grupo contrário ao culto a En Sabah Nur que isola a pirâmide e a destrói, fazendo com que Apocalipse permaneça em animação suspensa por mais de 5 mil anos. Quando desperta, recruta Ororo Munroe, líder de ladrões mirins nas ruas do Cairo (compatível com sua origem nas HQ’s) , um Anjo destruído por ter perdido sua asa, Psylocke que é encontrada junto aos Morlocks (?) e por fim Magneto que tinha recém perdido sua esposa e filha na Polônia Oriental.
Do outro lado, Os mutantes reúnem-se contra a ameaça crescente e ainda desconhecida. Dos novos atores, Sophie Turner (Sansa Stark!) que interpreta a Jovem Jean Grey e Kodi Smit
Wolverine aparece durante a prisão dos X-Men na base canadense do Coronel Stryker e mostra uma carnificina de Logan em seu caminho para a saída da base após os eventos da Arma X. O visual de Hugh Jackman está muito parecido com o Arma X dos quadrinhos.
Na luta final, todos os cavaleiros voltam-se contra o vilão e quem consegue derrotá-lo é Jean Grey que libera o poder da Fenix em uma cena que mostra a extensão do poder de Jean funcionando tanto no plano Astral quanto no plano Físico. Vemos pela primeira vez o plano astral, tão famoso nos quadrinhos e uma nova versão da Sala de Perigo para treinamento dos mutantes, sendo uma boa referência aos fãs dos X-Men, como este que vos fala.
De maneira geral Apocalipse é o ponto mais fraco do filme, pois não foi bem retratado nem fisicamente nem em seu discurso. Mas o filme vale a pena pois fecha de maneira digna esta segunda trilogia dos X-Men no cinema, de certa forma “zerando” o cronômetro e abrindo as portas para uma nova sequência de filmes com os mutantes. Com direito a Stan Lee em sua já rotineira passagem pelos filmes com selo da Marvel e uma cena pós créditos que dá a deixa para a continuação da saga, desta vez com a presença do Senhor Sinistro e quem sabe a Arma 23, o maior inimigo da família Summers x Grey. (Por isso o texto introdutório!)
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Nathaniel Essex, Senhor Sinistro |
Como princípios deste texto, após o filme é possível perceber que a sede de poder de En Sabah Nur acaba sendo seu ponto fraco, a arrogância de achar que nada ou ninguém pode superá-lo acaba sendo sua derrota. Devemos entender que não somos nada, não temos o controle de nada e não podemos acrescentar sequer um minuto à nossa existência.
Ver os X-Men como mutantes adolescentes lutando para descobrirem seus poderes e a enfrentar um mundo que os odeia mostra um retrato da adolescência que ainda hoje apresenta os mesmos desafios em se encaixar neste mundo. Para os cristãos o desafio é ainda maior, viver uma vida que não faz sentido a sociedade pós-moderna, mantendo princípios e fazendo a diferença onde estiver. Que os mutantes possam nos ensinar que mesmo não sendo iguais aos demais, podemos ajudar este mundo, pois todos vivemos no mesmo lugar e devemos lutar para que ele seja um lugar melhor para as futuras gerações!
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Tag:X-Men, X-Men Apocalipse